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domingo, 9 de novembro de 2008

Cartilha incentiva adoção de crianças mais velhas

Material lançado pela OAB traz passo-a-passo do processo de adoção. No Brasil há 10.518 pais interessados em adotar e 1,3 mil crianças aptas.

Interessados em adoção dão preferência a crianças recém-nascidas ou menores do que 1 ou 2 anos (Foto: Reprodução/TV Globo)

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançou, na última semana, uma cartilha para incentivar a adoção de crianças mais velhas pelo país. O material, criado pela Subseção de São Bernardo do Campo (SP) da OAB em parceria com o Instituto Maurício de Souza, já está disponível na internet e traz o passo-a-passo do processo de adoção no país.

“Temos em média 255 crianças em abrigos da região de São Bernardo do Campo e, desse total, 50 estão disponíveis à adoção, ou seja, já podem ser adotadas hoje. Infelizmente, no entanto, elas não são adotadas pelo fato de serem maiores de 4 ou 5 anos, por serem negras ou até mesmo por serem grupos de irmãos”, afirma a advogada Juliana Cerri da Silva, presidente da Comissão da Infância e Juventude da OAB/SBC.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, o Cadastro Nacional de Adoção tem 10.518 pais interessados em adotar uma criança no Brasil. O número de crianças registradas aptas à adoção chega a pouco mais de 1,3 mil. Apesar do grande número de pessoas interessadas em adotar uma criança, o cadastro confirma que a adoção tardia ainda é um obstáculo a ser superado. Das crianças registradas, ainda segundo informou o CNJ ao G1, 124 têm de zero a 4 anos, 445 têm de 5 a 10 anos e 884 têm de 11 a 17 anos.

“O incentivo à adoção tardia desmistifica essa ‘preferência’, que se dá muitas vezes por medo dos candidatos a pais adotivos de levarem para seu lar crianças com formação ruim ou com muita revolta por tudo o que passaram. O importante é lembrar que a adoção é um ato de amor e deve servir para dar um lar e uma esperança a essas crianças, não sendo aconselhável que se dê para encobrir complexos ou para fazer caridade”, afirmou o presidente da 39º Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de São Bernardo do Campo, Uriel Carlos Aleixo.

Também para Juliana, os interessados em adoção dão preferência a crianças recém-nascidas ou menores de 1 ou 2 anos. “Eles acreditam ser mais fácil a adaptação por se tratar de crianças que ainda não conseguem entender a situação. Infelizmente há um preconceito em relação às crianças maiores”, diz ao G1.

Cartilha
A cartilha da campanha “Adotar é mudar um destino” traz informações sobre o passo-a-passo do processo de adoção no Brasil. O material pretende esclarecer candidatos a pais sobre a legislação vigente e sobre como é realizada a seleção dos pais que estão aptos a adotar uma criança.

Entre as informações mais importantes trazidas pelo material estão o fato de qualquer pessoa poder se candidatar à adoção, desde que tenha mais de 18 anos e seja 16 anos mais velho do que o adotado e ofereça um ambiente familiar adequado, e a não existência de qualquer referência à opção sexual do adotante para que o processo de adoção seja concluído. Vale destacar que a inscrição, avaliação e acompanhamento realizados por instância oficial são gratuitos.

“A intenção da cartilha é realmente informar a população sobre qual o caminho a percorrer para adotar uma criança, pois a maioria dos brasileiros não tem esse conhecimento. Por enquanto a apostila está na internet e é distribuída em São Bernardo, mas a idéia é expandir a divulgação desse material”, diz Juliana.
Fonte: G1 • 02/11/2008
Texto enviado por Solange Diuana

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