Próxima reunião: 10 de fevereiro

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domingo, 7 de dezembro de 2008

Vírgulas mudam o texto

por Fabrício Carpinejar

Minha mulher Ana pediu para que comprasse o livro "Grande ou pequena?". Vicente precisava para a escola. Era sexta-feira. Uma semana depois, passei numa livraria e adquiri o volume. Feliz de ter me lembrado sozinho... Sem nenhuma ajuda de um bilhete amarelo e de uma anotação na agenda.

Ao entregar a encomenda para meu filhote, Ana se antecipa e explica o rosto murcho dele:
- É tarde, já leu e realizou a prova.

Não falou por mal, não foi uma crítica e cobrança. Relatou com calma o que realmente aconteceu.

Eu suspirei como o penúltimo pai do mundo. Penúltimo ainda é pior do que o último. Restou escovar os dentes do meu sorriso amarelo.

Vicente ainda tomou o livrinho e me consolou:
- Vou ler de novo.

Por mais que me esforce como pai, estou sempre devendo. Não é bem assim, eu faço o que tenho que fazer, mas atrasado um ou dois dias. O atraso mostra que valorizo a criação, mas não tanto quanto à mãe.

Ainda mais se parto em viagens para voltar numa semana. Um ou dois dias para um filho é tudo. Perco as vírgulas dos seus recados. Em 24 horas, posso desperdiçar de ajudá-lo numa tristeza e oferecer um conselho importante diante de um desentendimento com os colegas. Resgatar um assunto é difícil, educação é momento. Com descuido, entro no infindável ciclo do "já passou" e cresce um alheamento perigoso.

Queria ser mais atento. Pontuar as frases. São manias de casa que desperdiço. Por exemplo, separei o abrigo do Vicente de manhã. Mas aquela calça apresenta um elástico mais apertado. E o ideal é que ele a use na terça quando freqüenta apenas meio-turno na escola. Eu não sabia disso. Para mim, todas as calças têm aspecto e conforto iguais. Repare, é mais uma vírgula. Com três conjuntos escolares, terei que lavar o casaco no segundo dia para não faltar no decorrer da semana. Mais outra vírgula. De aparência irrelevante, essas informações são fundamentais no entendimento de uma personalidade. A posição das vírgulas muda o texto.

O verão representa minha alforria. Enquanto a maioria descansa, trabalho a família. Eu me alinho, eu me sintonizo às sutilezas domésticas, ajustado à freqüência de suas descobertas. Percebo como as crianças estão vestindo, como sonham, como se alimentam, recupero os parágrafos de suas vozes e de seus hábitos invisíveis dentro das gavetas e das estantes.

Ouvir suas lembranças é participar do que não vivi. É ser convidado a viver de novo.

Fonte: coluna Primeiras Intenções - Revista Crescer - nº 181, dezembro/2008

Casal tenta recuperar filho que vendeu pela internet

Um casal belga que vendeu o filho recém-nascido pela internet contratou um advogado e prepara uma ação judicial para recuperar o bebê, atualmente com cinco meses, segundo informações da televisão flamenga VTM.
por Márcia Bizzotto, de Bruxelas

Segundo o pai biológico, de 22 anos, o casal começou a ter dúvidas em relação à venda do bebê, Jayden, a partir dos últimos dias de gravidez.

“Depois do parto, quando a mãe viu o bebê, não pôde lutar contra seu instinto materno”, afirmou o pai em uma entrevista transmitida pelo canal no sábado passado.

O rapaz, cuja identidade não foi revelada, contou que a pressão exercida pelos meios de comunicação desde que o caso foi descoberto, somada à pressão da família e dos amigos do casal, motivou sua decisão de reaver a criança.

Jayden nasceu no dia 3 de julho na cidade flamenga de Gant, ao norte de Bruxelas.

Logo após o nascimento, Jayden foi entregue a um casal holandês, ambos com 26 anos, que havia entrado em contato com os pais biológicos em março, depois de ver um anúncio na internet oferecendo o recém-nascido à venda.

A mãe biológica, de 24 anos, disse que a idéia de vender o bebê foi motivada por dificuldades financeiras.

“Eu estava grávida de cinco meses e queria me desfazer dessa criança depois do nascimento. Tinha dificuldades financeiras e não podia ficar com o bebê. Foi por isso que quis fazer alguém feliz graças a meu bebê e que ele também vivesse em um lar acolhedor e amoroso”, afirmou.

Depois de dar à luz usando a identidade da mãe adotiva, a jovem entregou o filho ao pai adotivo em troca de 7,5 mil euros (cerca de R$ 22,7 mil).

Acusações
Os pais biológicos de Jayden são acusados de registrar a criança em nome de uma mulher que não é sua mãe.

No entanto, Vincent Macq, porta-voz da União dos Magistrados da Juventude em Bruxelas, reconhece que o código penal belga não prevê sanções contra esse tipo de atitude e, nesse caso, os pais biológicos não poderão ser processados.

“Não estamos diante um caso de abandono de menor em necessidade. Também não estamos na esfera de tráfico de seres humanos, que se baseia em elementos específicos que não encontramos no caso desta venda de bebê. Neste caso nos situamos puramente no plano moral”, afirmou Macq à revista Le Vif.

Por outro lado, o casal holandês pode ser acusado de infringir a legislação holandesa sobre entrada de crianças estrangeiras no país, segundo um juiz da localidade de Zwolle.

Esse juiz ordenou que Jayden fosse entregue a uma família de acolhida sob tutela da Secretaria da Juventude da província de Overrijssel, também holandesa.

“O menor foi trazido ao país sem autorização afim de ser integrado na família. A mudança de sua verdadeira identidade é algo muito perigoso para a criança. É fundamental que a criança conheça claramente a história de seu nascimento”, determinou o conselho holandês para proteção da infância.

Fonte: BBC Brasil - 02/12/2008

Meu bebê Johnson

Acho que você já sabe qual o perfil preferido dos pretendentes à adoção: criança branca e recém nascida. E era isso mesmo que meu marido queria.

Eu venho de uma família adotiva, são três biológicos e um adotado (inter-racial), mais três primos adotados. Mas nada disso ajudou para que ele mudasse a mentalidade dele. Enfim, nós nos cadastramos e adotamos uma criança no perfil que meu marido aceitava. Meu filho era um “bebê Johnson”, um anjinho, super-saudável, dificilmente ficava doente, caso passasse a hora de mamar não reclamava etc. O bebê perfeito.

Há alguns meses, uma psicóloga do fórum do Guarujá, a Maria Antelma, veio dar uma palestra para o nosso grupo. Ela contou que quando atende os casais para cadastro sempre explica que um recém-nascido é uma caixa de surpresas, que você não sabe o que vai sair, mas quando você adotada uma criança maior não há surpresas.

Enfim, quando meu filho completou dois anos, ele se transformou. De “anjo”, virou um “capetinha”, o tipo de criança que vira lenda até na escola.

Eu sei que meus vizinhos do prédio são tolerantes porque, enganosamente, pensam “coitadinho, ele é adotado, teve traumas de gestação...”

Para resumir a história, hoje ele está com três anos e meio e eu o trato com um psiquiatra. Até agora, ele foi diagnosticado com déficit de atenção e hiperatividade, mas o futuro é incerto e ainda pode ser existir algo mais. E o médico já foi claro que nada disso tem conexão com a adoção ou a gestação dele.

Ele é uma criança bem difícil e caso estivesse num abrigo, certamente seria muito difícil alguém aceitá-lo.

Eu e meu marido pensamos que caso tivesse nascido da minha barriga, tudo isso também poderia ter acontecido. Aliás, no nosso grupo há um casal com um casal de filhos que não são parentes biológicos entre si e, há pouco tempo, ambas as crianças foram diagnosticadas com dislexia.

Eu até penso que consigo lidar bem com ele, tenho muuuuita paciência e até diminuí meu horário de trabalho em razão dele. Além de fazer fono três vezes por semana, não posso deixá-lo com minha mãe. Afinal, tenho que ter bom senso. Se é muito cansativo para mim, imagine para ela. Também não posso ter uma babá, pois provavelmente a pessoa deixaria ele fazer o que quer só para resolver o problema na hora. O meu marido não tem tanta paciência como eu, e eu fui me aprimorando e aprendendo, orientada pelo médico a colocar mais limites, e meu anjinho (eu ainda o chamo assim) aprendeu a me respeitar, apesar de sempre me testar, como todos os filhos fazem.

Eu gosto de contar minha história pois é um exemplo muito bom para os pretendentes à adoção.


Depoimento enviado por Carla
MATERNIZAR - Grupo de Apoio à Adoção de São Vicente (SP)
www.maternizar.commaternizar@hotmail.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O filho por adoção (um manual para crianças)

Este "pequeno" livro dirigido a crianças é pequeno em tamanho, mas "grandioso" em seu valor terapêutico. Ele constitui, também, um estímulo à adoção de crianças por nossas famílias brasileiras. Cada frase retrata a importância da família, independentemente de sua constituição, para a promoção do desenvolvimento emocional e afetivo das crianças, particularmente daquelas que, por motivos diversos, tiveram que ser adotadas.

Lidia Weber foi a primeira profissional a unir teoria e prática na pesquisa sobre os múltiplos aspectos da adoção em outras obras. Graças a ela hoje temos um quadro bastante próximo da verdade sobre motivação e perfil de adotantes e adotados.

Neste livro dirigido aos filhos por adoção, a autora apresenta a sua contribuição para desvendar os mitos e preconceitos da adoção, mostrando a importância do protagonismo da criança neste processo. Amor, essa é a única moeda com circulação em todo o universo e está presente no processo de adoção. Além de afirmar que contar a verdade é imprescindível, o livro indica a urgência de encontrar mecanismos capazes de romper com a realidade perversa da existência de tantas crianças em abrigos.

Autora: Lidia Weber
Páginas: 28
Editora: Jurua
ISBN: 8536207272

Em busca do filho perfeito

As preferências de cor e idade justificam porque no Estado existem 220 pretendentes e somente 60 crianças para adoção
por Paola Vasconcelos

No Ceará, existem cerca de 550 crianças e adolescentes vivendo em abrigos sob a proteção do Estado, mas nem todos estão disponíveis para adoção (Foto: Silvana Tarelho)

No Ceará, conforme o Juizado da Infância e Adolescência, existem 220 pessoas cadastradas para a adoção, quando somente 60 crianças estão disponíveis. Num primeiro momento, imagina-se que parte dessa equação - muito mais complexa do que os números que a envolvem - possa estar resolvida. Mas, de fato, não se trata de algo fácil e ultrapassa os limites da razão numérica. Diminuir o vácuo entre os que sonham com um filho e as muitas crianças e adolescentes que esperam por uma família em abrigos é um desafio para o País.

Muitos fatores estão envolvidos no processo de adoção brasileiro. Além da legislação, rígida o suficiente para dar seriedade e segurança à adoção, existe um campo delicado e inviolável onde o Estado não pode entrar, que é a subjetividade das pessoas - homens, mulheres ou casais que querem ter um filho.

“A maior dificuldade do processo de adoção é que os interessados em adotar indicam um perfil de criança que muitas vezes não condiz com a realidade disponível. Esse perfil, na maioria das vezes, refere-se à crianças de zero a dois anos, de cor branca e do sexo feminino”, aponta o coordenador do Juizado da Infância e da Juventude, juiz Suenon Bastos Mota.

Os números do Cadastro Nacional da Adoção (CNA) mostram sem pudores como essa situação é predominante. Dos 11.404 pretendentes a adotar, 80,7% deles querem crianças de até 3 anos. O encontro entre os pretendentes a pais e as 1.624 crianças candidatas a filhos inscritas no cadastro fica cada vez mais difícil, caminhando em paralelas, pelo fato de apenas 66 ter até essa idade. A grande parte dessas crianças que lotam os abrigos brasileiros é formada de adolescentes. São 795 meninos e meninas, quase a metade do total, que têm entre 12 e 17 anos.

No Brasil, onde predomina uma grande miscigenação, 66,5% dos pretendentes não querem crianças negras e assumem preferência por brancas ou pardas.

O juiz Suenon Bastos Mota reconhece que já existem muitos avanços no que diz respeito à abrangência do perfil das crianças, uma vez que está ficando cada vez mais freqüente casos de adoção tardia, quando a criança já tem mais idade, ou ainda com problemas de saúde ou negras, mas ressalta que, infelizmente, ainda não são uma regra. “Estamos com um processo que será aprovado onde um casal cearense está adotando uma criança de mais de sete anos de idade. Isso já é um avanço da sociedade, mas precisamos evoluir mais”, disse.

Conforme ele, no Ceará todo, existem cerca de 550 crianças e adolescentes em abrigos e que não significam que estejam disponíveis para a adoção. Muitas delas estão lá, sob proteção do Estado, por desestrutura familiar, casos de violência, negligência, pais cumprindo pena, entre outros motivos.

A função primordial do abrigo, segundo o juiz, é trabalhar para manter o vínculo familiar. Depois de esgotadas todas as tentativas de retorno para a família, é que a adoção entra como opção”, explicou, ressaltando que a prioridade é sempre da família biológica e que o abrigo na vida de uma criança ou adolescente deve ser uma exceção, com tempo limitado.

O magistrado aponta que a imagem que existe de que pais desistem dos filhos adotados não procede com a realidade e é muito rara. “Grande parte dos casos de adoção são de absoluto sucesso porque o amor de quem adota é incondicional”, disse. A decisão de adotar um filho, conforme o juiz, deve ser antecipada de muito diálogo e maturidade por parte de um casal, porque a ansiedade em ser mãe e pai pode atropelar a compreensão do processo de adoção.

Acostumada com esse universo, pelas visitas, conversas e orientação das famílias pretendentes, a assistente social da Equipe Interdisciplinar de Adoção do Juizado, Maria José Belém, conhece bem essa ansiedade. Ela aponta que um entrave é que os pretendentes idealizam o filho perfeito dentro dos seus padrões e, nem sempre, isso corresponde ao perfil das crianças que estão nos abrigos. “Nas apresentações, a gente percebe claramente quando não houve empatia, tanto da parte de quem quer adotar, por causa do perfil desejado, como também da parte das crianças”. A luta, conforme o coordenador do Juizado, é para quebrar as barreiras do preconceito. “Toda criança tem direito a uma família, seja ela biológica ou escolhida”, finaliza.

RESPALDO DAS DECISÕES JUDICIAIS
Trabalho interdisciplinar é fundamental
O imaginário popular pensa que as decisões relativas à adoção e também à destituição do poder familiar, em casos de violação dos direitos da criança e do adolescente, estão centralizadas somente na figura do juiz, que é quem decide sobre o destino da criança. Na verdade, existem uma série de etapas que são cumpridas e realizadas com rigor até que a guarda para os pais adotivos seja definitiva. É aí onde entra o trabalho da Equipe Interdisciplinar da Adoção, formada por profissionais, como assistentes sociais e psicólogos, que atuam de forma integrada para levar até o juiz a situação psicossocial da criança, família e ambiente onde estão inseridas.

Os profissionais que trabalham na Equipe Interdisciplinar do Juizado da Infância e da Juventude atuam em diferentes vertentes, tanto quando a criança está em situação de violação de direitos e está em processo de destituição do poder familiar ou na outra ponta, quando é encaminhada para adoção pela perda do vínculo com a família.

“São duas situações diferentes, mas muito próximas. O trabalho dos profissionais é muito importante porque eles têm uma visão profunda do universo em que as crianças vivem ou ainda da situação psicossocial da família que quer adotar. São seis assistentes sociais, três psicólogos, uma pedagoga, uma terapeuta ocupacional, além de duas estagiárias de Psicologia e Serviço Social que vão a lugares inimagináveis e mergulham nos problemas para fazer um relatório psicossocial forte que respalde a decisão dos juízes das varas da Infância e da Juventude”, explica a coordenadora da Equipe Interdisciplinar do Juizado, Rosiane Miranda.

Ela destaca que o trabalho começa e termina na família, que é onde está a raiz e a solução dos problemas. A conduta das profissionais, conforme Rosiane Miranda, é sempre voltada para proteção absoluta do direito da criança ou adolescente. “Se a criança chegou até o abrigo, é porque aconteceram coisas seríssimas”, disse.

Existem casos que são tão complexos e envolvem situações delicadas como pais abusadores ou que violentam fisicamente seus filhos, negligência ou ainda quando existe dependência química ou transtorno mental, que, muitas vezes, conforme Rosiane Miranda, o processo torna-se demorado. No entanto, destaca que o importante é que se tente todas as alternativas possíveis para manter a criança com a família biológica ou com parentes responsáveis. “Existindo disponibilidade, essa possibilidade é a melhor opção”, aponta.

Com relação à adoção, a coordenadora destaca que é muito raro um caso que não tenha sucesso e que a questão do tempo de adaptação é fundamental para que a transição seja tranqüila. “Os mais demorados são relativos à busca da criança do perfil desejado”.

FIQUE POR DENTRO
Cadastro Nacional centraliza e desburocratiza a adoção
As listas de crianças que podem ser adotadas e de candidatos a adotá-las existentes nas Varas da Infância e da Juventude de todo o País compõem o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), criado em abril deste ano pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na tentativa de desburocratizar o processo de adoção. O sistema possibilita que pessoas habilitadas possam adotar em qualquer outro lugar do País e não só na sua comarca.

O CNA armazena e fornece dados exatos sobre o números de crianças e adolescentes que estão sob a tutela do Estado para adoção, quantidade e localização de pretendentes habilitados em todas as regiões, perfis completos de adotandos e adotantes. Na medida em que centraliza e cruza informações, o sistema permite a aproximação entre crianças que aguardam por uma família em 6 mil abrigos brasileiros e pessoas de todos os Estados que querem um filho adotivo.

No Ceará, a primeira adoção via Cadastro Nacional foi realizada no início deste mês de novembro, quando um casal de Goiânia adotou Armando, uma criança negra de quatro anos, que foi abandonada pelos pais biológicos há um ano e meio.

Dados do CNJ apontam que, até meados de novembro deste ano, o Cadastro Nacional, que integra os Estados brasileiros, tinha mais de 11,5 mil pais interessados em adotar no Brasil, enquanto que o número de crianças aptas à adoção era cerca de 1,6mil.

PASSO A PASSO
Juizado
Os interessados em adotar um filho devem se dirigir primeiramente ao Juizado da Infância e da Juventude para levar documentação

Perfil
Com os documentos em mãos, preenche cadastro com dados pessoais e perfil do filho desejado

Avaliação
A partir do cadastro, é feita avaliação, com entrevistas e visitas técnicas para tornar-se apto para adoção

Cruzamento
O cadastro dos pretendentes é cruzado com o das crianças disponíveis para adoção no Estado ou País

Apresentação
Se encontrada a criança no perfil, são apresentados, vêem a empatia e daí decidem sobre adoção
Fonte: Diário do Nordeste - 24/11/2008

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Oficina debate direitos da criança e do adolescente

Como parte da programação da 1ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, foi realizada na manhã desta sexta-feira (21) a Oficina Direitos do Coração. Uma iniciativa do governo do Canadá, que teve o apoio da Presidência do Senado, a oficina tem como objetivo levar às escolas do Brasil filmes feitos por diretores de diversos países, mas com um mesmo tema: os direitos da criança e do adolescente.

"Os filmes reúnem temas da Convenção das Nações Unidas sobre os direitos da criança e do adolescente. São temas que tocam a realidade. Temas que já acontecem em outros países e podem acontecer também aqui no Brasil", ressalta Marília Serra, da embaixada do Canadá.

A economista Ana Jamile, que também integra o projeto, explicou que os filmes têm o formato de desenho animado, o que ajuda a atrair a atenção das crianças e dos jovens.

"O objetivo desse trabalho é levar até o público-alvo uma discussão de forma simples e clara sobre o debate dos direitos humanos, que ainda é ausente nas escolas. Além do mais, é uma forma de levar informação, de incentivar o conhecimento e um conteúdo que ainda é pouco visto", completa Ana Jamile.

Durante o encontro, os participantes puderam assistir a alguns desses filmes. Entre eles o "TV Tango", que fala sobre o direito da criança ao lazer. Produzido por uma cineasta do Haiti, o desenho mostra a influência dos conteúdos violentos veiculados na televisão. O filme mostra ainda que crianças que estão brincando de forma sadia passam, por exemplo, a "guerrear", alterando seu comportamento a partir do momento em que começam a ver um programa de televisão com conteúdo violento.

Foi apresentado também o filme "Uma família para Maria", que fala sobre a adoção internacional e trata do direito das crianças que não têm família. O filme mostra a vida de uma garota sul-africana que morava na rua e foi adotada por uma família norte-americana, e retrata os aspectos dessa mudança.

Os filmes selecionados fazem parte de uma coleção, produzida pelo Ofício Nacional do Filme do Canadá, que reúne trabalhos a serem utilizados com crianças e adolescentes de 5 a 18 anos de idade. A oficina foi realizada na sala da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Fonte: Agência Senado - 21/11/2008

Adoção: uma atitude de amor

Ser abandonado ou rejeitado em algum momento da vida, convenhamos, não é nada fácil ou confortável, independente do motivo, ainda mais, se for um criança. Passar a maior parte da infância ou adolescência em casas que, teoricamente, deveriam ser temporárias, mas que, na verdade, se tornam permanentes, escondem uma realidade dolorosa de milhares de crianças brasileiras, à espera de um novo lar ou de uma nova chance de serem amadas.

Visando levar mais amor e alento, além de informação sobre adoção, um grupo de voluntários taubateanos, vem desenvolvendo, um trabalho voltado ao bem estar de cerca de 30 crianças, que moram na Casa Transitória de Taubaté, à espera de decisão judicial para voltarem para casa ou mesmo serem encaminhadas para adoção. Trata-se do Grupo Convivência de apoio a adoção, infância e juventude, uma entidade ainda informal, que aos poucos vai consolidando a sua atuação, junto a esse segmento encarado com uma certa dose de desconfiança, por algumas classes sociais.

Nascido há dois anos e meio, a Ong visa trabalhar com os interessados em adotar uma criança. E mostrar para essas crianças, que todo mundo tem o direito de viver, ter lazer, convívio social e, principalmente, serem felizes. Foi assim com uma das fundadoras do grupo, Ângela Soares Cruz Conceição, hoje, mãe adotiva ,ou melhor, mãe do coração, como faz questão de frisar, de David, um maranhense de quase dois anos de idade e que,transformou sua vida.

“Fiquei apenas um ano na fila da adoção, porque enviei o processo para vários estados, mas a espera por um filho beira os cinco anos em média, e é um processo, bastante rigoroso, já que se houver algum arrependimento, os danos para a criança é enorme. E ao tomar a decisão de adotar um filho, tenho que estar segura disso”, salienta ela.

As dificuldades para se concretizar o sonho de ter um filho para muitos, é enorme, diante das expectativas irreais desses futuros pais. Uma delas, é a exigência de se ter, um recém-nascido, de cor branca e do sexo feminino. “A grande maioria das crianças à espera de adoção são maiores e de cor, além de trazerem na bagagem um perfil, um histórico que pode conter traumas/abusos/conflitos mesmo na mais tenra idade. Os pais adotivos nem sempre entendem, que é necessário, muita paciência e adaptação mesmo para um bebê,” salienta Ângela Conceição.

O trabalho do grupo Convivência tem foco nesse objetivo: mostrar o passo a passo da adoção no Brasil, além da troca de informações/experiências entre os interessados nesse tema. Para ajudar a combater preconceitos sobre o assunto, a entidade promoveu em maio deste ano, na Câmara Municipal de Taubaté a ‘I Semana de Adoção’ procurando dessa maneira, uma maior participação da sociedade e de empresas nessa luta, que ainda é vista com certa reserva. Mas dar uma chance de ter um lar, uma nova família onde respeito, amor sejam ingredientes do dia-a-dia é algo que não tem preço e merece ser conhecido, mesmo se por algum tempo. Afinal, doar/compartilhar amor e carinho nunca é demais e é totalmente indolor.

Experimente. As reuniões são mensais, geralmente na última sexta-feira de cada mês, às 19h30, realizadas na Comunidade Bom Pastor (Av.José Vicente Barros,765, V.das Graças, tel.: 36332877). Quem se interessar em ajudar, pode acessar o site grupo_convivência ou ainda participar do Bingo Beneficente de Natal, hoje, dia 21, às 19h30, na Praça da Monção, 21, Chácara do Visconde.
Fonte: Diário de Taubaté - 20/11/2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Uma virada do destino

Michael McCann (Steve Martin) é um homem misterioso que leva uma vida simples e rotineira. Até que o destino, literalmente, deixa em sua porta uma surpresa: Mathilda, uma garotinha de dois anos de idade.

Michael deixa que Mathilda entre em sua casa e também em seu coração. Assim, os dois iniciam uma nova vida como pai e filha, mesmo que ele utilize métodos poucos convencionais para educá-la!

Mas, outra virada do destino pretende levar Mathilda, quando seu verdadeiro pai, um poderoso político local, resolve brigar por ela.

Título Original: A smiple twist of fate
Direção: Gillies MacKinnon
Elenco: Steve Martin, Gabriel Byrne, Laura Linney, Catherine O'Hara e Alana Austin
Gênero: Drama
Ano: 1994
Duração: 116 min
Faixa etária: livre